Violência, tolerância e diferença

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Não é fácil defender o conceito de tolerância. Em geral, ele é associado a uma atitude antipática de não aceitação verdadeira e espontânea do outro. O ato de tolerar é interpretado como suportar algo ou alguém que, verdadeiramente, rejeito ou não gosto. É importante deixar claro que não estou considerando aqui tolerância nesta perspectiva, ou seja, como indulgência, falsa aceitação ou consentimento forçado.

Tolerância, a meu juízo, tem relação com a capacidade humana de aceitar o diferente, ainda que não o compreenda totalmente; tem a ver com a virtude de admitir que a verdade não está necessariamente do nosso lado, que não somos sempre os corretos ou que as nossas opções não são sempre as mais válidas.

POR QUE DEFENDER A TOLERÂNCIA?

A essa questão respondo: porque a intolerância violenta e assassina tornou-se uma prática comum diante da diferença. Segundo AUGRAS (1997:78), "quando se fala de tolerância é, na verdade, da intolerância que se trata".

Em sociedades multiculturais e marcadas pelo preconceito e pela discriminação de vários tipos - racismo, sexismo, xenofobia, homofobia etc. - a tolerância com o diferente apresenta-se como uma agenda mínima, urgente e extremamente necessária. O conceito de tolerância se coloca cada vez mais na pauta de discussão porque a intolerância violenta e assassina contra a diferença tem sido recorrente na história da humanidade e ainda hoje em nossas sociedades. Inegavelmente estamos caracterizados pela diferença e, no entanto, parece que não sabemos tratá-la.

A humanidade - marcada dolorosamente pela escravidão dos negros, pelas guerras religiosas, pelo genocídio dos povos ameríndios, pelo holocausto dos judeus, pela perseguição aos ciganos, pela aversão à homossexualidade, pela submissão das mulheres - deveria não mais permitir nenhuma manifestação de intolerância contra o diferente, pois "a intolerância não é apenas questão de não tolerar as opiniões divergentes; ela é agressiva e com freqüência assassina,

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