Violencia domestica

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho discorre sobre a violência doméstica e a vitimologia. Para isso, o dividimos em três partes, a saber: a primeira é teórica, em que são apresentados os conceitos de vítima e vitimologia; a segunda, analítica, que buscou entender os motivos que fazem uma pessoa que sofre uma agressão ficar em silêncio e a forma com que as famílias foram estruturadas ao longo dos anos como um mecanismo, ainda que muitas vezes invisível, de legitimação de atos violentos dentro do lar; e por fim, a parte prática, onde são apresentados exemplos de vítimas de violência doméstica.
É sabido que a violência entre familiares produz vítimas entre todos os sexos e idades, mas procuramos dar um enfoque maior às mulheres que a sofrem, por entender que as mesmas são o grupo mais numeroso. Apenas no Brasil, uma em cada dez mulheres já passou por algum tipo de violência doméstica, sendo que o parceiro (marido ou namorado) é o responsável por 80% dessas agressões. Além disso, nos chamou a atenção o fato de que dentre os homens que assumiram já ter batido em uma parceira, 14% acreditam que agiram bem e 15% afirmam que o fariam de novo . Essa idéia de legitimidade da violência é maior quando se trata do sexo feminino e de crianças, por razões que serão apresentadas ao longo deste estudo.
Assim, buscamos entender a violência doméstica do ponto de vista das mulheres atingidas: o que sentem, o motivo pelo qual denunciam (ou não), bem como atitudes que podem torná-las mais suscetíveis. 2. VITIMOLOGIA

A vitimologia é o estudo da vítima sob todos os aspectos, possuindo assim, um caráter interdisciplinar. Conforme assevera Eduardo Mayr, vitimologia constitui “o estudo da vítima no que se refere a sua personalidade, quer do ponto de vista biológico, psicológico e social, quer o de sua proteção social e jurídica, bem como dos meios de vitimização, sua inter-relação com o vitimizador e aspectos interdisciplinares e comparativos” (apud RIBEIRO, 2001, p. 30). No