Vida Tecnológica

VIDA TECNOLÓGICA
Francisco Batista Durães Não temos dúvida que na atualidade necessitamos cada vez mais de tecnologia, sobretudo as de comunicação. Eu poderia até afirmar que os que não usarem estará condenado ao fracasso no mercado de trabalho, os que usam vão fazer a diferença. Só que a vida tecnológica tem um preço que em parte é boa e parte é ruim. Arrisco dizer que a vida tecnológica é a irritação da vida privada, porque não temos mais liberdade para nada. Até parece que não precisamos de solidariedade das pessoas nem para a morte, já que em alguns velórios sofisticados se coloca câmara sobre o caixão e você pode acessar o morto em qualquer parte do mundo, ver o morto no Skype por exemplo. Ironicamente falando, o lado bom é não viver com as loucuras dos outros, nos livramos da família, dos chatos, das neuroses humanas. As tecnologias de comunicação provocaram uma mudança radical nas famílias. Ou seja, não existem mais brigas nem discussões familiares, cada um entra pro quarto, conecta com o mundo e foge das divergências. Com isso, está ocorrendo uma individualização das pessoas, o que contribui para promover um afrouxamento das famílias, dos grupos sociais e das instituições. Você já percebeu que a lealdade às instituições está acabando? Da mesma forma, a fidelidade aos partidos políticos, às bandeiras de lutas, causas específicas de defesa de direitos e garantias sociais estão sendo esquecidas assim como as camisetas, botos e cartazes. Antigamente existia uma dose razoável de lealdade, de entrega das pessoas às causas sociais, as instituições. O que se percebe hoje é que há um despedaçamento dos grupos, e tudo isso tem a ver com a vida tecnológica, é a compulsão pelo celular, Tablet, Facebook. A modernidade chegou a tal ponto que até os partidos progressistas ao ganhar o poder compõe o governo com forças conservadoras, compartilhando informações, estratégias que os torna vulneráveis ao perigo e as traições políticas.