Vaso Chinês

497 palavras 2 páginas
Vaso Chinês Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o. Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado. Fino artista chinês, enamorado, Nele pusera o coração doentio Em rubras flores de um sutil lavrado, Na tinta ardente, de um calor sombrio. Mas, talvez por contraste à desventura – Quem o sabe? – de um velho mandarim Também lá estava a singular figura; Que arte em pintá-la! A gente acaso vendo-a Sentia um não quê com aquele chim De olhos cortados à feição amêndoa. (Alberto de Oliveira) ANÁLISE Poema em forma de soneto, em que o autor demonstra um rigor formal, o que era uma grande preocupação sua enquanto parnasiano – A precisão das palavras é resultado de uma intensa adequação ao conteúdo. O poema é descritivo, faz uma descrição rigorosa e objetiva ao vaso. Cultuar objetos como possuidores de qualidade é uma grande característica do parnasianismo. O poeta dá ao vaso o exotismo – “Estranho mimo”, “singular figura; Rimas ricas – “Vi-o/luzidio”, “vendo-a/amêndoa”; Não há presença de sentimentalismo excessivo; Precisão vocabular; presença de hipérbato – “de um perfumado/ contador sobre o mármor luzidio” É importante notar também que no poema não há a presença de retratações do cotidiano ou da realidade, os artistas parnasianos faziam isso propositalmente para fazer valer a expressão “Arte pela arte".
O Muro É um velho paredão, todo gretado, Roto e negro, a que o tempo uma oferenda Deixou num cacto em flor ensangüentado E num pouco de musgo em cada fenda. Serve há muito de encerro a uma vivenda; Protegê-la e guardá-la é seu cuidado; Talvez consigo esta missão compreenda, Sempre em seu posto, firme e alevantado. Horas mortas, a lua o véu desata, E em cheio brilha; a solidão se estrela Toda de um vago cintilar de prata; E o velho muro, alta a parede nua, Olha em redor, espreita a sombra, e vela, Entre os beijos e lágrimas da lua. ANÁLISE Este poema também foi

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