Uma reflexão a partir da obra a origem da tragédia

Nietzsche introduz na obra "A Origem da Tragédia" dois princípios que dá o nome de dois deuses gregos, Apolo e Dionísio, O sonho manifesta e satisfaz a pulsão de Apolo, e a embriaguez, a pulsão de Dionísio. Apolo será o deus da individualidade, da consciência, da medida. Já a embriaguez dionisíaca, pelo contrário, rasga essa idéia da individualidade e essa ilusão da consciência, para celebrar de maneira selvagem a reconciliação do homem com a natureza.
O que quero por essa reflexão são as relações de extremos, de diferenças: bem e mal, branco e preto, inverno e verão. Desde sempre um pólo não vive sem a existência do outro, já dizia o poeta: "Não existiria som, se não houvesse o silêncio". Assim, são nas diferenças que se possibilita à vida, através delas se conseguem grandes belezas, isso se retrata na cultura, no comportamento das pessoas, em suas feições físicas. O que seria a "cara" do Brasil se não fossemos tão diferentes? A riqueza cultural, a beleza dos vários rostos filhos desta terra, o jeitinho brasileiro, não aquele pejorativo, são fruto de nossas profundas diferenças.
Há também as diferenças negativas, aquelas que privam alguns das oportunidades dadas aos outros, voltando a falar do meu país, estas aqui são acentuadas bem como as positivas já citadas. Vemos por onde olharmos o abismo social que se aprofunda cada vez mais. Um exemplo? Pois aí vai: lugar de criança é na escola, brincar deverá ser seu direito básico. E isso ocorre, pois uns estudam em boas escolas, com bons professores, os muros altos os protegem contra o inimigo, brincam sempre com seus caros vídeo games. De outro lado outras crianças também estudam, estudam nas escolas das ruas, aprendendo o certo e o errado, mas não sabendo ao certo onde um acaba e outro começa, aqui quem os deveria proteger, os reprimem. Mas eles também brincam, brincam de cheirar cola, de vender bala no sinal ou roubar pra comer.
Nesse contexto, ainda hoje Nietzsche diria que Deus está morto,