Uma mulher é uma mulher

Universidade de Brasília

Teoria Estética do Cinema e Audiovisuais

Professor: Mike Peixoto

Aluna: Anna Carolina Soares 10/0093159

Uma Mulher é Uma Mulher

Gilles Deleuze ressignificou a estética cinematográfica provando suas teses filosóficas a partir das diferenças e pontos divergentes entre a imagem-movimento e a imagem-tempo, sendo estas - em termos mais simplórios - o Cinema Clássico e o Moderno, respectivamente. Dentro desse contexto ele estabelece as principais diferenças que punham em conflito as duas formas de imagem, defendendo a imagem-tempo como deveras mais interessante, por se desprender da prioridade de movimento.

É possível observar na imagem-movimento, uma estética que valorizava o simulacro – o Universo a ser observado pelo espectador sem que ele participasse efetivamente do que ocorria e que ao mesmo tempo trouxesse uma verossimilhança tal, a ponto do espectador identificar-se com os personagens. A narrativa linear, dotada de clareza, que se explica seja a cada plano que se passa, seja no desfecho da estória, trazia ao espectador um momento de tensão que se seguia de relaxamento, ou seja, um momento de entretenimento que não perturbasse a audiência depois de ter acabado.

A imagem-tempo difere totalmente do modelo de imagem-movimento, tendo entre outras diferenças a quebra de linearidade e clareza. Ente as características mais marcantes está o abandono da linha Clássica onde o personagem conseguia se ver em frente a conflitos e resolvê-los para voltar ao seu estado de normalidade cotidiana. A partir do momento que o Cinema Moderno se firma como nova tendência, observam mais filmes quebrando com essa premissa. Os personagens agora estão à mercê dos conflitos e não tentam exatamente resolvê-los, e sim adaptar-se a eles e entendê-los para que ele se enquadre – ou não – ao novo âmbito. Há também a aceitação da condição de filme, ou