Uma Arte Do Povo

Neo-realismo: uma estética de coragem e intervenção cívica

M.aria de Luz Rosinha
Presidente da Câmara Municipal

Dois anos após a realização de uma das mais importantes exposições de sempre dedicadas às artes plásticas neo­ realistas, Um Tempo e 1/111 Lugar - dos anos quarenta aos anos sessenta / dez exposições gerais de artes plásticas

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comissariada pelo

mestre Rogério Ribeiro, o Município de Vila Franca de Xira volta a iluminar, agora de um modo continuado, no edifício que inaugura uma nova era do Museu do Neo-Realismo, esse momento extraordinário da cultura visual portuguesa do imediato pós-guerra.
Observando algumas das obras fundamentais que fizeram a estética do movimento neo-realista no domínio das artes visuais (pintura, escultura e desenho),

UlIlaArte do Povo, pelo Povo e para o Povo - Neo-Realislllo eArtes P lásticas traz­

-nos ao piso 1 do novo edifício, projectado pelo arquitecto Alcino Soutinho, pinturas tão emblemáticas como

O

"Almoço do Trolha" e " Gadanheiro" de J úlio Pomar, ''Apertado pela Fome" de Marcelino Vespeira ou "Ordem" de
[José] Viana Dionísio. A estes e muitos outros trabalhos, gentilmente cedidos por coleccionadores privados (como
Manuel Torres ou Eugénia C unhal) ou instituições museológicas e culturais como a Fundação Calouste
Gulbenkian e o Museu do Chiado - Museu Nacional de Arte Contemporânea, a quem agradeço desde j á, a s colecções do Museu do Neo-Realismo j untaram vários outros exemplos da qualidade estética neo-realista, como "Guerra" de
Lima de Freitas, "Descanso" de Querubim Lapa o u "S/T", uma grande p,intura inacabada de Mário Dionísio.
O conj unto de obras deste modo agrupado pelos curadores D avid S antos e Luísa Duarte Santos vem confirmar a importância da presente mostra, reafirmando uma p arceria institucional a que pretendemos dar continuidade, consolidando ao mesmo tempo o Museu do Neo-Realismo como um espaço museológico de referência n acional, lugar dinâmico, vocacionado desde logo p ara a investigação