um estudo sobre homoparentalidade

A família tradicional influenciada e formada pelo cristianismo foi idealizada séculos atrás sobre os pilares do casamento indissolúvel, a procriação e a ideia da mulher como mãe e do homem como pai. Esta idealização ainda é, nos dias atuais, o modelo reconhecido pela sociedade, a qual considera que a família deve ser organizada a partir de um casamento heterossexual. Esta representação social de família norteia os padrões educacionais vigentes e segrega as organizações que se opõem a esse imaginário social. Dessa forma, a família é vista como o núcleo organizador a partir do qual se estruturam e transmitem os valores mais importantes da cultura.
Com o passar do tempo, a instituição familiar sofreu muitas mudanças, decorridas do declínio do patriarcado, aumento no número de divórcios, controle da natalidade e inserção da mulher no mercado de trabalho, sendo assim não se pode pensar na existência de um único modelo familiar, por isso, este modelo tradicional é questionado à medida que assume novas formas, pois limitar o conceito de entidade família pode ser considerado um preconceito.
Na contemporaneidade é possível encontrar diversas organizações familiares e para nomeá-las, a sociedade recorre a como o casal parental se organiza, em famílias monoparentais, homoparentais, heteroparental e recompostas, reforçando a ampliação do conceito família.
Devido à sua diversidade, a instituição familiar pode ser entendida por um conjunto de indivíduos ligados entre si por uma aliança permeada por afetos que podem ou não possuir um vinculo consanguíneo. Com o surgimento das diferentes formações familiares, surge também a angustia de que a família perca a capacidade de transmitir seus próprios valores e por esse motivo a aparição da família homoparental é vista como um indicativo de dissolução da família, trazendo uma ameaça ao modelo tradicional familiar.
A multiplicidade de formas revelada pela família hoje exige flexibilidade para assegurar que posições pré-concebidas