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Para o autor, tanto jornalismo quanto literatura sofrem para definir gêneros. Essa não é, de qualquer forma, a intenção de Bulhões. Ele não quer discutir modelos classificatórios, mas "ensaiar uma reflexão sobre o cruzamento dos dados da literatura com os do jornalismo" e tentar encontrar convergências.

Em um breve histórico dos gêneros, Bulhões distingue a literatura do jornalismo. Enquanto a primeira saiu do engessamento para a multiplicidade, no jornalismo tendemos a manter os mesmos e repetidos padrões. A divisão de gêneros jornalísticos seria engessada pelas empresas e consagrada pelo público, com espaços distintos para "informação" e "opinião".

"O que se percebe disso leva à identificação de uma diferença de caráter, por assim dizer, no comportamento dos gêneros jornalísticos em relação à literatura. A natureza essencialmente pragmática e utilitarista do jornalismo aponta para uma realização formal que atende a necessidades muito prementes de eficácia comunicativa, identificadas com a demanda por informação ou opinião provenientes do interesse do grande público. Daí a tendência à fossilização formal dos gêneros, à padronização de seus traços, ao aspecto viciado e repetitivo de sua fisionomia textual..." (p.39)

JUSTAPOSIÇÕES E CONVERGÊNCIA ENTRE JORNALISMO E LITERATURA narratividade: produzem textos narrativos, que contam uma sequência de eventos que se sucedem no tempo temporalidade os dois são "expedientes de conhecimento do mundo", um mais alegórico e imaginativo e outro mais realista.
QUASE TUDO É CRÔNICA?
"a crônica é considerada um gênero ao mesmo tempo jornalístico e literário. Uma forma híbrida, portanto, vivendo uma condição ambivalente. Pelo menos no Brasil, esse é o conceito moderno triunfante"
Segundo o autor, apesar de ser tratada como filha bastarda da literatura, a crônica é um gênero amado e muito praticado
Ainda para Bulhões, a crônica destina-se a "arejar o peso da folha diária, tão carregada de preocupações da vida

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