Triângulos românticos machadianos

Como é sabido para quem conhece um pouco de Machado de Assis, o autor vê o casamento como uma instituição falida e faz muito uso de triângulos românticos, concretos ou não, em suas narrativas, várias vezes envolvendo o casal e um amigo próximo.

A Cartomante No conto A Cartomante, o triângulo amoroso ocorre entre Vilela, marido, Rita, esposa, e Camilo, amigo de infância de Vilela. Rita, bela e tonta, e Camilo, um boa vida carioca, se apaixonaram exatamente devido a convivência que tinham pela amizade de Camilo com Vilela. Camilo então recebe uma carta anônima chamando-o de imoral e dizendo que era sabido o que ele fazia; por isso, começa a afastar-se da convivência com o amigo. Nesse período, Rita consulta uma cartomante para ter certeza que Camilo a amava, o que o divertiu. Entretanto, ao receber um bilhete de Vilela dizendo que queria tratar com ele, Camilo também acaba recorrendo à charlatã e, vale ressaltar, é enganado por ela, sendo morto por Vilela no final da história, juntamente com Rita.

Como em boa parte das histórias machadianas, o triângulo romântico está presente e ocorre entre dois amigos próximos e uma mulher. Ele não apenas se concretiza como, neste caso em especial, o homem traído o descobre e tem a chance de se vingar.

Quincas Borba Em Quincas Borba, Rubião, dono de uma pequena fortuna, se torna adepto da filosofia de Quincas Borba (que aparece em Memórias Póstumas de Brás Cubas). Ele parte para o RJ e conhece o casal Palha e Sofia. Ela, apesar de ser casada com Palha, mandava olhares e delicadezas para Rubião e ele acaba se apaixonando pela moça. O amor cresce tanto que ele se declara, mas ela apesar de ter-lhe dado esperanças, recusa seu amor e ainda conta o fato para Palha. Mesmo assim, Palha continua suas relações com Rubião, pois queria obter os restos da fortuna que ele ainda tinha. Rubião vai ficando cada vez mais louco por causa de seu amor não correspondido, e essa loucura acaba