Transmissão vertical do hiv
A epidemia da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS) tornou-se assunto mais habitual para os médicos e para a população geral a partir da década de 1980. Doença cuja etiologia é o vírus HIV (vírus da imunodeficiência adquirida humana) se manifesta clinicamente comprometendo a defesa do indivíduo, por produzir incapacidade de elaborar a resposta de anticorpos frente aos múltiplos microorganismos que nos deparamos cotidianamente; assim, deixa os infectados à mercê de quadros graves mesmo quando são expostos a microorganismos que habitualmente convivem pacificamente com pessoas não infectadas.
Por exemplo, o contato com o citomegalovirus, microorganismo que determina infecção virótica banal semelhante a um resfriado em pessoas saudáveis, nos indivíduos com AIDS poderá causar intensas infecções nos pulmões ou no sistema nervoso central, que vão induzir importantes seqüelas e, até mesmo, a morte.
Esse vírus tem na transmissão sexual sua mais importante maneira de contágio, mas pode atingir as pessoas por sangue e derivados contaminados, além de passar da mulher para seu concepto.
A epidemia de AIDS iniciou-se na população masculina e tinha relevante importância nos homossexuais masculinos. Contudo, a observação de práticas de sexo seguro, modificaram suas peculiaridades epidemiológicas de tal forma que, após alguns anos da ocorrência da epidemia, a maior parte dos casos novos infectados pelo HIV passaram a ser de mulheres. De fato, em nosso meio, a tendência do maior número de casos na população feminina é uma constatação de alguns anos: em 1985 a razão de homens/mulheres infectados pelo HIV era de 28 para1, em 2000 atingiu 2 para1.
A feminilização dessa epidemia compromete principalmente a faixa etária de 25 a 39 anos, denotando a associação com a via de contágio heterossexual. Quando a