Transferência - Psicanálise

RESUMO:Este artigo comunica algumas considerações sobre o conceito de transferência na teoria freudiana. Fala sobre a importância da transferência positiva e os empecilhos causados pela transferência negativa durante a análise. É usado como referência o caso de Anna O, uma das pacientes de Breuer, caso estudado por Freud, que deu início às ideias relacionadas à transferência.
Palavras-chave: Transferência. Freud. Psicanálise.

O SURGIMENTO DA TRANSFERÊNCIA
O aparecimento dos estudos sobre a transferência é concomitante ao surgimento da psicanálise e sua importância é ressaltada frequência nas obras de Freud. Ele nos fala sobre o funcionamento da transferência e o jogo de sentimentos que ela cria ao tratamento.
Freud manteve com Breuer uma parceria intelectual a fim de desvendar os mistérios das neuroses, juntos escreveram Estudos sobre a Histeria, em 1895. O então parceiro de Freud comunica-lhe o caso de uma paciente chamada Bertha Pappenheim (Ana O.), tratada sob hipnose. Breuer encerrou precocemente o tratamento, após a paciente ficar envolvida por ele. Segundo Freud, o fim precoce do caso acontece devido ao choque produzido, no médico, pela manifestação da transferência da paciente. Devido aos efeitos que a transferência e a contratransferência produzem até mesmo em sua vida privada, Breuer, preocupado, abandona o caso e dá alta à paciente. Após o afastamento do médico, essa paciente apresenta uma gravidez nervosa, ou seja, um sintoma neurótico (pseudociese). Freud começa a perceber que a intervenção do médico tem a capacidade de influenciar, alterar ou até mesmo produzir novos sintomas.
A partir do caso citado, começam a surgir ideias que se tornarão presentes ao longo da obra de Freud, tais como: a transferência, cujo conteúdo é sempre sexual e peculiar à neurose. O sentimento transferencial encontra-se pronto, desde os primeiros anos de vida, só aguardando a oportunidade de dirigir-se à figura do médico, a qual, por sua vez, ocupa em tal transferência