Trampo Jefferson

Já no prefácio do livro de Leila Escorsim Netto escrito por Carlos Nelson Coutinho fica claro o quão antigo(e antiquado, segundo seu ponto de vista) o pensamento conservador moderno(apesar da denominação) é. Já nos primeiros anos da Revolução Francesa, conceituados autores defensores do Antigo Regime defenderão seus pontos de vista reacionários em oposição ao Iluminismo de forma explícita com as mais diversas justificativas; uma delas é a de Edmund Burke, que apesar de não declarar-se Absolutista, dizia que a ordem social proposta pelos revolucionários franceses era pautada em “especulações de uma suposta “razão abstrata””, deixando claro que seu objetivo teórico ia exatamente à direção oposta da proposta revolucionária francesa, que assim como boa parte das novas ideias propostas por determinados autores nos mais diversos espaços e tempos são pejorativamente classificadas como “utópicas”, deslegitimando possíveis mudanças propostas pelos intelectuais revolucionários. Reafirmando suas posições explicitamente conservadoras mas já admitindo a perda de força para os mais diversos setores que apostavam em diferentes pontos de vista que concordavam com diferentes mudanças, principalmente depois da Revolução de 1848, a sociologia cumpre seu papel fundamental mantenedor da ordem já nas instituições educacionais, por exemplo.
O novo pensamento conservador utilizará um discurso reformista buscando uma “revolução liberal”, ainda que suas propostas sejam, ao verificarmos de perto, na verdade, contra reformistas. Ou seja, vemos uma proposta pseudorrevolucionária mantenedora da ordem social bastante interessante para as classes dominantes e as que aspiravam com maiores chances de conseguir poder na nova ordem que haveria de se estabelecer.
No início de sua análise sobre alguns problemas do termo e do pensamento “conservador”, a autora a partir de reflexões acerca dos movimentos conservadores nos mais diversos espaços e tempos históricos aponta que a maioria dos estudiosos