Trajetória do movimento ambientalista

TRAJETÓRIA DO MOVIMENTO AMBIENTALISTA

A preocupação com a degradação humana e ambiental vem de muito antes da problemática socioambiental configurar-se como uma crise global. Platão já denunciava problemas de erosão dos solos e desmatamento nas colinas da Ática. No primeiro século da Era Cristã, Columela e Plínio indicavam em seus escritos que a inadequação da ação do homem ameaçava produzir quebras de safra e erosão do solo. No século XIX, uma série de publicações evidenciou o agravamento e a generalização da degradação socioambiental pelo mundo, em virtude da ação humana. Na segunda metade do século XIX os efeitos do crescimento desordenado em cidades de vários países, denunciavam a falta de medidas preventivas e políticas públicas de saneamento ambiental, a exploração colonial, a dominação das elites, os impactos sobre as comunidades tradicionais, entre outros temas. As descrições publicadas em 1864, relacionavam problemas ambientais como inundações de alguma cidades européias, erosão de solo, rebaixamento de lençol freático e alterações climáticas nos países mediterrâneos, causadas pela derrubada das coníferas naturais nas montanhas alpinas do sul da Europa. Em 1883, foi realizado um diagnóstico desalentador da situação ambiental brasileira, falando do esgotamento da fertilidade dos solos, da decadência das antigas monoculturas no Nordeste, do aumento do flagelo da seca e da ganância da indústria extrativista. Apesar das denúncias sobre a degradação humana e ambiental serem feitas desde a Antiguidade, foi apenas no século XIX que essas manifestações começaram a configurar-se como um movimento. O crescimento do interesse pela história natural, as descrições de ambientes paradisíacos feitas pelos viajantes naturalistas, a industrialização e urbanização crescentes em nome do progresso, trazendo a degradação humana e ambiental, a caça de animais como lazer e o desenvolvimento de pesquisas cientificas criaram um