Trabalhos

A obra de Mendel possui um grande trabalho experimental, associado à série de conclusões fundamentais aparentemente induzidas dos resultados da extensa hibridação, pode-se calcular o alto grau com que Mendel percebeu a importância do problema, a ele dedicando vários anos de pesquisa. Seu trabalho foi, durante algum tempo, interpretado como um exemplo da aplicação do tradicional método aristotélico indutivo-dedutivo. Assim pensávamos antigamente, segundo os ensinamentos do texto mendeliano. Até algum tempo atrás era tradicional e refinado dizer que o cientista usava aquele método; por isso, muitos cientistas torciam a verdade e não contavam corretamente como tinham procedido, com medo de que os acoimassem de estar usando metodologia não “científica”. Esse método consistia simplesmente em acumular uma grande quantidade de dados e, com base nessa massa de informações e sem teoria prévia, induzir uma possível explicação para os resultados obtidos. Assim elaborada uma hipótese, o cientista deduziria outros fatos que deveriam ocorrer se a hipótese estivesse correta. Então, ele realizaria novas observações ou experiências para verificar se ocorriam os fatos dedutivamente preditos segundo a hipótese. Se sim, estaria fechado o círculo indutivo-dedutivo e ele aceitaria a hipótese como “verdadeira”. Assim teria agido Mendel. Na primeira fase, teria construído sua teoria a partir dos primeiros dados obtidos; na segunda, tê-la-ia testado. Mas parece que não foi bem assim que ele teria procedido. Há algo que leva a crer que já tivesse, antes das experiências, toda (ou quase toda) a sua teoria: a disjunção, o 1:1, o 3:1 e talvez mesmo a segregação independente, com o 9:3:3:1 (que decorre do 3:1) e tudo mais. retirar uma hipótese dos dados. Mas, pergunta-se, por que não teria ele revelado este fato? A resposta é simples: porque, como já foi dito, isto não era considerado realmente “científico” na época. Por mais próximos que estejam os resultados de Mendel das