Trabalho sobre a indisciplina
1305 palavras
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Passados treze anos deste novo Século, perdura ainda um sentimento de apego ao passado e que nos invade. Recentemente a proximidade do dia 21 de Dezembro de 2012, com toda a sua carga emotiva de um "juízo final" antecipado parece introduzir-se nos espíritos mais cépticos, que para além da dúvida espalhou algum nervosismo e também algum medo. Em relação a isto, vejamos o que nos diz Umberto Eco no seu livro “Viagens na Irrealidade Quotidiana”: Tem-se começado a falar da nossa época como de uma “Idade Média", prevendo para um futuro próximo, talvez, a degradação dos grandes sistemas tecnológicos, quer a nível económico quer político, entregues assim a um colapso, conduzindo toda a civilização industrial a um recuo. Por outro lado, vemos que o que caracterizou a modernidade foi a ideia de progresso, de ultrapassagem, mantendo assim a sobrevivência das vanguardas, da negação. Esta negação criou um sistema que aprisionou o Homem, onde este mesmo Homem era oprimido em nome do Futuro do próprio Homem. Compreendemos isto ao citar Edgar Morin, em "As Grandes Questões do Nosso Tempo ": 1 "O grande progresso proporcionado pelo decénio de 1970 foi o conhecimento da incerteza", e que esse é o verdadeiro sentido que contém a palavra "crise", "onde tudo parecia garantido, pautado, regulado e portanto previsível.", o que levou os economistas e sociólogos a acreditarem e a sustentarem que a sociedade industrial e depois a pós-industrial 2 " ...assentariam em rocha, e que estávamos no momento da consecução quase derradeira da boa sociedade, aquela que estabeleceria paz, segurança, bem - estar, abundância para todos os seus, e que o futuro, em suma, não passava da continuação do presente ... ", indo mais longe ao considerar que 3 "a crise não é o contrário do desenvolvimento, mas sim a sua própria forma." Assim poderemos dizer que nos é dado a possuir duas vias para compreendermos o Século XX: uma de progresso, de desenvolvimento e de aparente racionalismo, outra de convulsões e