Trabalho sobre vulnerabilidade
O termo vulnerabilidade tem sido muito empregado nos últimos tempos, expressando diferentes perspectivas de interpretação. Wisner, aponta que a vulnerabilidade e a capacidade são lados de um mesmo processo, pois a primeira está ligada à capacidade de luta e de recuperação que o individuo pode apresentar. Diz ainda, que o nível socioeconômico, a ocupação e a nacionalidade se relacionam a esse processo, pois repercutem sobre o acesso à informação, aos serviços e à disponibilidade de recursos para a recuperação, os quais, por sua vez, potencializam ou minimizam a vulnerabilidade. Kalipeni aponta que Watts e Bohle, propuseram uma estrutura tripartite para constituir uma teoria sobre a vulnerabilidade, que consiste em entitlement (direito das pessoas), empowerment (o empoderamento, que se refere à sua participação política e institucional) e a política econômica (organização estrutural-histórica da sociedade e suas decorrências). Dessa maneira, a vulnerabilidade às doenças e situações adversas da vida, distribui-se de maneira diferente segundo os indivíduos, regiões e grupos sociais que relacionam-se com a pobreza, crises econômicas e o nível educacional. Especificamente na área da saúde, o quadro analítico da vulnerabilidade emerge no começo da década de 80, como possibilidade de interpretação à epidemia da AIDS, na perspectiva de reconceituar a tendência individualizante da doença. Assim, Delor e Hubert apresentam uma matriz heurística, construída a partir de pesquisa realizada com pessoas portadoras do HIV/AIDS. Os resultados da investigação são analisados sob três dimensões: trajetória social, interação e contexto social. A trajetória social refere-se às diferentes etapas que as pessoas atravessam no curso da vida, assim como as condutas assumidas nesse curso. A dimensão relativa à interação refere-se à relação entre os indivíduos e o contexto social que incorpora os fatores econômicos, políticos e culturais, numa