Trabalho sobre documentário “a vocação do poder ”

A autora Karina Kuschnir trata no texto “Antropologia da política” da vinculação entre política e rituais de comensalidade. Estes rituais são estratégias de interação entre candidatos e eleitores, com consumo abundante de comida e bebida, onde os papéis dos componentes são bem definidos, como se participassem de uma cena bem ensaiada, existindo repetição do mesmo cenário e modelando um grupo com característica temporária.
O principal razão para a realização desses eventos é a dar ao candidato uma identidade de político confiável e nos casos de candidatos à reeleição revitalizar a imagem do mesmo.
No documentário “A vocação do Poder ”a realização destes rituais é apresentada durante o trabalho de campanha, quando os candidatos comparecem a eventos, “showmícios”, palestras e festas sempre confraternizando com os eleitores e divulgando sua candidatura, tornando mais fácil a aproximação com abraços e beijos e criando um clima de familiaridade com pessoas antes estranhas, na tentativa de obtenção de votos.
Nessas ocasiões a sociabilidade tem caráter igualitário, todos estão em um mesmo nível, sem haver distinção de classes ou de formação, a fim de eleger um representante.
O candidato tem acesso às casas de seus eleitores, muitas vezes sendo convidado por eles. A visita é vista como forma de “homenagem” do candidato ao dono da residência, como na cena apresentada no documentário quando o candidato André Luiz Filho vai até a casa de uma eleitora a pedido do esposo dela. Nestas visitas, principalmente em comunidades, o politico assume um papel de mediador entre a população e o governo tornando-se fonte de recursos e acessos ao poder publico, prometendo a melhoria de diversos problemas locais. No vídeo, o candidato Antônio Pedro verifica pessoalmente a colocação de cartazes nas casas dos eleitores, a autora do texto apresenta este fato como sendo um prolongamento da visita, já que a imagem do candidato continuará sendo vista por todos. A preocupação do Mc