Trabalho infantil

Infância roubada

Em quase toda esquina tem um menor trabalhando, e esse número cresce a cada dia. Não sabemos ao certo quantos são, a ONU diz que no Brasil teriam 5 milhões, mas o IBGE nunca contou. Sabemos que os motivos são vários, desde briga com a família ao mais comum de todos, as drogas.
Gustavo tem 16 anos e há 4 trabalha nas ruas limpando vidros de carros e pedindo esmola no centro de Manaus, diz que é para ajudar sua família de 5 pessoas que sobrevive com um salário mínimo. Dependendo do dia ele ganha em torno de 40 a 60 reais. Sua mãe fica preocupada, pois sabe que ele irá usar drogas e talvez até fazer coisa errada. “Mas eu prefiro estar na rua do que em casa sem nada para fazer”, diz Gustavo.
Mas ele não quer essa vida para sempre. Como todo garoto de sua idade, tem metas, tem sonhos. Cursando a 4ª série do ensino fundamental e não sabendo ler muito bem, Gustavo quer ser engenheiro. “Quero tirar meus documentos, estudar, sair das ruas, sou muito humilhado aqui”, diz ele.
Elisane Pinheiro, psicóloga do Instituto Sócio Educativo Dagmar Feitosa, pensa que não são eles os invisíveis, e sim a condição social deles.
“A sociedade marginaliza colocando as margens sociais, as pessoas não querem ver isso elas estão acomodadas no mundinho burguês delas. Joga apenas para o governo a responsabilidade social sendo que a responsabilidade social é de todos” fala a psicóloga.
Sujeitos à exploração e à violência, ao abuso e com uma alimentação precária, sem atenção, carinho e educação, é assim que vivem meninos e meninas em situação de rua, ou seja, sem proteção nenhuma. Além disso, são discriminados e rotulados como criminosos.