Trabalho Final Junho 2015

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE TEORIA LITERÁRIA E LITERATURA COMPARADA

A Macumba de Macunaíma
Avaliação Final de Literatura Comparada

Adriana Felici de Camargo
Nº USP 8025808 [e-mail] São Paulo
Junho de 2015 Breve apresentação da obra

O presente trabalho consiste num estudo sobre o livro Macunaíma, de Mário de Andrade, procurando investigar não apenas a obra como um todo, mas também os aspectos particulares do capítulo VII, Macumba. Busca-se, também, interpretar as constantes metamorfoses, estilos e sentidos que Mário de Andrade aplica em sua obra.
Macunaíma, de Mário de Andrade, teve a sua primeira publicação no ano de 1928, embora tenha sido escrito em 1926. O livro apresenta ao seu leitor as aventuras da personagem Macunaíma, o herói de nossa gente, em busca da famosa pedra muiraquitã1.
Macunaíma nasceu no “fundo do mato-virgem”, às margens do rio Uraricoera2, descendente da tribo dos tapanhumas3. Ele é um índio que representa o povo brasileiro, mostrando a atração pela cidade grande de São Paulo e pela máquina. Possui um grande e conhecido bordão: a fala “Ai, que preguiça!...”.
Para escrever o livro, Mário de Andrade utilizou como matéria-prima seus aprofundados conhecimentos sobre o folclore brasileiro e a cultura indígena – por isso tantos nomes “estranhos” encontram-se presentes na obra. A utilização da temática indígena configura um projeto nacional da época de busca dos valores nativos brasileiros. Outro elemento bastante privilegiado pelo autor em Macunaíma foi a aproximação entre o discurso literário e a linguagem oral, ou seja, a aproximação entre a linguagem literária e a fala cotidiana. Ao longo da obra, são comuns as substituições de "se" por "si", "cuspe" por "guspe", entre outras. Macunaíma valoriza as raízes brasileiras e a linguagem dos brasileiros, buscando aproximar a língua escrita ao modo de falar paulistano. Assim, ao lado dos valores