TRABALHO FILOSOFIA

667 palavras 3 páginas
Sobre o "ser", "o que é"/ "ente" e o "uno"
Aristóteles manteve na "Metafísica", a diferença entre "ser" (einai, em grego) e "o que é/ ente" (tó ón, em grego) e estabeleceu como primeira a analogia do ente com o uno (tó hen): Pois, ainda que não sejam o mesmo, são distintos, ambos os termos são intercambiáveis: com efeito, o uno (to hén) é, à sua maneira, algo que é, e "o que é" (to ón) é algo uno (tó hén).» (Aristóteles, Metafísica, Livro XI, 1061 b, 15-20). O que é, é algo que é - um sujeito indefinido: algo - e por conseguinte tem de ser uno, tem de ter um contorno exterior dentro do qual está. Ora o ser (einai) não é, necessariamente, uno: é ser, existir, indeterminado no que toca à forma. Aristóteles conceptualizou bem ao não estabelecer a analogia ser-uno mas sim ente/ o que é- uno. Subtileza... No meu ponto de vista, diferente do pensamento aristotélico e parmenídeo,o ser não é exclusivamente uno nem exclusivamente múltiplo, em si mesmo. Uno e múltiplo são formas do ser cujo conteúdo primordial é o uno infinito sem forma: pura "matéria" ou "argamassa" espiritual, material ou vital que recebe as formas ou que envolve e preenche as concavidades destas. Heidegger sublinhou a diferença entre o ser e o ente, acusando a filosofia tradicional de ter esquecido o ser a favor do ente e de pensar o tempo como um ente. Mas o próprio Heidegger não é, em regra, suficientemente claro a distinguir duas acepções da palavra "ser" que nos seus textos permanece indistinta: O ser como existir, puro e simples. Matéria sem forma. "O ser é". Não me consta que alguma vez Heidegger tenha definido o "ser" como "matéria sem forma", tal como o faço.
O ser como estrutura de entes, interconexão de essências diversas. Neste caso é uma rede de formas, assentes sobre "matéria" física, vital ou espiritual. Heidegger não é mais preciso que Aristóteles ao explanar os sentidos do termo "ser": simplesmente, envereda por caminhos platónicos e kantianos que, depois, reformula.

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