Trabalho de higiene ocupacional
Depoimento
Mais de 10 anos depois de iniciar sua trajetória no ramo florestal, A.C.*, 43 anos, sentiu o primeiro sintoma de um problema que em seguida seria responsável por seu afastamento do trabalho. A "queimação" no ombro direito, inicialmente encarada apenas como um desconforto muscular era indicativo de um quadro de bursite. Poucos meses depois do sinal, a licença para tratamento foi inevitável. Com o retorno ao trabalho, na mesma função - de operador de máquina de processamento de árvores - outros problemas foram deflagrados. O ombro esquerdo de A.C. Igualmente foi acometido por inflamação. O trabalhador diz ter sido afetado, ainda, por hérnias de disco, sofrendo com dores cervicais e lombares. "Passei a tomar remédios para dor, mas eles me deram problemas de estômago. O médico me recomendou cirurgia, mas, como agora estou com pressão alta, não posso fazer", relata. "O perito me afastou e disse que eu não tenho mais condições de trabalhar em tarefas que exijam qualquer esforço. Não consigo ficar nem muito tempo em pé, nem muito tempo sentado", continua. "Sempre fui uma pessoa bastante ativa. Agora não posso levantar o mínimo de peso e, às vezes, fico com o pescoço duro, sem conseguir movê-lo", desabafa.
O nexo entre a causa e a deterioração da saúde de A.C. é complexo. Entretanto, a atividade desempenhada por ele dá alguns indícios: A.C. operou maquinário com altos níveis de vibração, em jornadas de mais de oito horas por dia, sem pausas (exceto as de almoço), por mais de 10 anos. "Manobrávamos em terrenos desnivelados. Quando passávamos por cima de algum toco, a máquina sacudia ainda mais", detalha. "Quando comecei a trabalhar lá, tinha noção de que aquilo tudo, aquela vibração toda podia me causar problemas, mas quando você é jovem e tem mulher e filhos para sustentar, não pensa muito no depois", lamenta.
VIBRAÇÂO
APRESENTAÇÃO
Vibração é uma oscilação mecânica em torno de uma posição de referência. Ela