trabalho de historia

Continuação página (28) e (29)

A própria ideia de Revolução Cientifica é, pois, pelo menos em parte, uma expressão do interesse que –nós- mesmos nutrimos pelos nossos antepassados, sendo –nós- cientistas do final do século XX para quem ás crenças desses antepassados vale como verdades sobre o mundo natural, é este interesse que fornece á segunda justificação legítima para escrever sobrea a Revolução Cientifica, em nenhum momento ocorre uma transformação do passado em –mundo moderno- nunca nos devemos surpreender por descobrir que, muitas vezes, os praticantes seiscentas detinham tanto de antigo como – de moderno : as suas noções, para se tornarem –nossas-, tiveram de ser transformadas e redefinidas por sucessivas gerações de pensadores, por fim, as pessoas, os pensamentos e as práticas que, nas nossas histórias, aparecem como nossos –antepassados- ou como os inicios da nossa linhagem, refletem sempre alguns interesse que mantemos actualmente, As historias que contamos sobre Galileu, Boyle, Descartes e Newton revelam alguma coisa sobre as crenças cientificas do final do século XX e sobre o valor que lhes atribuímos, Se estivemos imbuídos de outros propósitos, poderíamos rever aspectos do mundo moderno nos filósofos então –derrotados- por Galileu, Boyle, Descartes e Newton, bem como em concepções da natureza e do conhecimento muito diferentes daquelas elaboradas pelos nossos antepassados científicos oficialmente reconhecidos, com outros intuitos ainda, destacaríamos o facto de a maioria das pessoas do século XVII nunca ter ouvido falar dos nossos antepassados científicos: ou poderíamos salientar que essas pessoas mantinham, provavelmente, crenças sobre o mundo natural muito diferentes das vividas pelos nossos eletos antecessores. De facto, em Seiscentos, a esmagadoras maioria da população não habitava na Europa. Não sabia que vivia –no século XVII – e não estava ciente que nessa altura decorria uma Revolução Cientifica. A população feminina, metade da população