trabalho de filosofia
Você me mordeu
Cortou minha boca
Seu hálito quente
Seus olhos de mel
Sua voz rouca
Rasgou minha carne
Fez que gostava
Trilhou caminhos em minhas costas
Tudo isso enquanto eu me apaixonava.
Ciclo
Amarelo
Cinza
Pó...
E o tempo faz sua parte
Não tem volta, não tem truque
Apenas acontece, não precisa ter dó
Amarelo
Cinza
Pó...
E a flor abraça seu destino
Ela não chora
Não precisa sentir
Apenas espera os sinos tocarem
Para sua ultima pétala cair
E assim os ventos choram
Em um coral de lamento
Como foi bela essa flor
Que lutou contra o tempo.
Rouxinol
Guardei suas coisas na gaveta
Fechei com sete chaves, meu amor
Você não sai da minha cabeça
Responda minhas cartas, por favor,
Nossos poemas tão sinceros
O seu abraço, seu calor
Seus violões, tão desgastados
Com velhas cordas rouxinol
Suas histórias do passado
Cantadas em Sol bemol
Necessidades
Sinto sono...
Deito em uma nuvem
Me cubro com as estrelas do céu
Para depois acordar com a mão quente do sol.
Sinto fome...
Me alimento dos meus desejos
Um gosto doce de esperança
Mas não o suficiente para matar minha vontade.
Não sinto mais nada...
Apenas saudades dos dias
Em que me sentia vivo
Clichê
Prefiro olhar a lua no reflexo de meu lago
As pessoas me perguntam por que não olho diretamente para o céu
Acho que ela fica muito mais linda assim.
Assim como têm pessoas que adoram se olhar no espelho
Não gostam de olhar dentro delas mesmas
Eu até entendo...
Elas ficam muito mais lindas assim.
Panapaná
Danço em um panapaná
Danço com as borboletas
Milhares, pousando nas árvores
Que logo viram violetas
Danço em um panapaná
Pés descalços na grama molhada
Observando a primavera chegar
Com a brisa da alvorada
Mordomia