Trabalho da regiao norte
A fase mais estudada e conhecida da produção da cerâmica marajoara compreende os anos entre 600 e 1200 depois de Cristo. Estudos arqueológicos mostram que a região da Ilha de Marajó, a maior ilha fluvial do mundo, localizada no Pará, foi ocupada há cerca de dois mil anos por agricultores e ceramistas oriundos dos Andes. A fase marajoara, marcada pela presença de objetos com acabamento muito detalhado em baixo ou alto-relevo, leva a crer que a região foi ocupada por grupos com razoável grau de organização e diferentes camadas sociais, agrupadas a partir de suas relações e valores culturais.
Vaso em cerâmica marajoara
A Cerâmica Marajoara
Os índios da Ilha de Marajó utilizavam o barro para confeccionar os objetos utilitários ou decorativos. Visando aumentar a resistência das peças, misturavam o barro com outras substâncias minerais ou vegetais, como pó de pedras ou conchas, cinzas de cascas de árvores ou de ossos e o cauixi (esponja gelatinosa que recobre as raízes submersas de árvores).Os objetos possuíam formas semelhantes ao homem ou eram representações de animais. As peças eram acromáticas, ou seja, não possuíam cor na decoração, ou cromáticas. Nas peças cromáticas, utilizavam o englobe (barro em estado líquido) com pigmentos extraídos de alguns vegetais, como o urucum e o caulim, sendo as cores branca, vermelha e preta as mais utilizadas.
A decoração das cerâmicas marajoara era composta por traços gráficos harmoniosos e simétricos, cortes, aplicações, dentre outras técnicas. Depois de prontas, as peças eram queimadas em fogueiras ou buracos e eram finalizadas com breu do Jutaí, material que proporcionava um efeito brilhoso semelhante ao do verniz.
Atualmente, as peças de cerâmica marajoara podem ser encontradas em museus pelo Brasil e em Nova York e Genebra. O maior acervo encontra-se no Museu Emílio Goeldi, em Belém, no Pará. Infelizmente, muitas peças foram perdidas devido a saques e contrabandos.
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