Trabalho Bergson x Kant
Kant, portanto, diferente do pensamento cartesiano, busca subordinar o conhecimento sobre todas as coisas em relação ao sujeito. A razão humana é que constrói um conhecimento seguro acerca da natureza, não mais uma substancia separada do mundo externo, mas algo no sujeito que produz o conhecimento sobre todas as coisas.
Essa mudança de paradigma proposta por Kant será chamada de “revolução copernicana do conhecimento”, e que teria como subsidio a submissão do objeto ao sujeito. Uma estrutura até “transcendental” que o torna sujeito do próprio conhecimento. Com isso cabe à filosofia a tarefa de descrever a constituição da estrutura transcendental desse sujeito, como a condição de possibilidade da experiência dos objetos do conhecimento. Portanto para Kant, resta apenas a estrutura da realidade objetiva, tornando o “conhecimento subordinado à estrutura do sujeito que conhece”.
Então, se o conhecimento verdadeiro advém do sujeito e não dos objetos, cabe agora mostrar como Kant explicou a possibilidade de conhecimentos “a priori”, ou seja, aquele que não é concebido a partir da experiência.
O filósofo observa que existem dois tipo de conhecimentos: os analíticos e os sintéticos. Os conhecimentos ou juízos ditos analíticos são universais e necessariamente verdadeiros. Seu problema, porém, é que não acrescentam nenhum conhecimento novo, porque o que se diz do sujeito no predicado já estava contido no próprio conceito do sujeito. Esses (conhecimentos analíticos) esclarecem o conhecimento que já temos apenas. Já os juízos sintéticos, quando verdadeiros, produzem conhecimento novo.