Trabalho Arquitetura Leo
Se a globalização é a justificativa, a conseqüência é a desterritorialização de uma arquitetura sem lugar. O genius loci (espírito do lugar) que inspirava a arquitetura greco-romana (3) e que foi reivindicado por Norberg-Schulz (4) algumas décadas atrás, perde assim todo sentido. Não se trata tanto da recusa por construir lugares significativos, mas de ignorar o caráter do espaço pré-existente. Torna-se assim algo duro de admitir, mas o fato é que alguns dos mais notáveis edifícios da atualidade têm como critério a negação do próprio lugar onde se assentam, refletindo uma verdadeira indisposição em dialogar com o ambiente local. Entretanto, o superlativo qualificativo que se aplica a tais obras, leva em consideração aspectos morfológicos e tipológicos, estabelecidos no século XIX e consolidados durante o modernismo, mas em detrimento de análises que lidam com as mutações da cidade contemporânea.
Um dos argumentos dos arquitetos que assumem tal postura, isto é, a introspecção perante o espaço urbano, é a desqualificação e a desordem principalmente das periferias das cidades atuais. Contrapondo-se a anterior hegemonia de uma ação arquitetônica catalisadora, ambição parcialmente fracassada, esta arquitetura “ausente” aceita sem esforço as limitações do seu poder de influência sobre