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Stela Maria Meneghel (FURB).
RESUMO
Este trabalho reflete sobre a transformação da definição e da função das Universidades brasileiras ocorrida no período entre a RU/68 a LDB/96. Dentre os atores que participaram deste processo, privilegia a visão do Estado, responsável pela manutenção e direcionamento de políticas para este setor e, por extensão, a análise de planos governamentais e propostas de alteração na legislação. Direcionaram a investigação questões sobre: a) as condições de implementação do modelo moderno (que associa ensino e pesquisa), previsto pela RU/68; b) as causas da Universidade estar ‘em crise’ em menos de uma década da reforma; c) os fatores que contribuíram para a concepção de Universidade da LDB/96. As diferentes concepções das reformas em questão são relacionadas ao processo de ‘modernização’ do país, vinculado à industrialização e ao ajuste deste às etapas de reprodução do capital.
PALAVRAS-CHAVE: conceito de Universidade; reforma universitária; pesquisa.
Introdução
No final da década de 60, a Reforma Universitária de 1968 (RU/68) determinou que as instituições de ensino superior (IES) brasileiras adotassem, via de regra, o modelo de Universidade moderna, que associa ensino e pesquisa e contempla diversas áreas do conhecimento2. A introdução de pesquisa na Universidade, naquele momento aspiração de diversos segmentos da sociedade, era tida como via para o desenvolvimento científico e tecnológico autônomo. Mas, em menos de uma década, a produção acadêmica e periódicos informativos eram pródigos em abordar a crise da Universidade pública brasileira, focando a discussão nas (im)possibilidades e (des)vantagens do Governo Federal manter o modelo moderno. Nos anos 80, em crise em todo o mundo ocidental (tanto nos países centrais quanto nos periféricos), a instituição acadêmica apresentava-se como custo para os Estados que assumiam configuração neoliberal. Esta temática perdurou até meados da