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Apesar de estarmos na era da Revolução, das novas descobertas - ou melhor, redescobertas, eu ainda sentia como se tudo não passasse de mera ilusão. E tinha uma certa parcela de razão. Era só comparar a vida dos que os de mesma classe que a minha com os que eles chamavam de 'trabalhadores'. Apesar de ter direito à liberdade, todo o resto que os circundava era a maior prova que ser livre não significa ser digno. Apesar de ser filha do grande inventor do tear mecânico Edmund Cartwright, nunca fui a favor desse novo modo de comércio que era as tais fábricas. Provavelmente, você não sabe da minha existencia. Até entendo. Enquanto ele ia para Oxford estudar, eu continuava em casa com minha governanta e os antigos escravos. Na verdade, nunca foi descoberta a minha existencia. Meu pai sabia guardar um segredo, até que ao entrar na Igreja ele simplesmente se afastou totalmente, me deixando pra governanta cuidar. Não posso dizer que não fiquei com raiva mas... Não tinha muito o que fazer, não acha? Por ter crescido longe de meu pai, vivia de perto como era a vida dos trabalhadores das fábricas, apesar de morar em um lugar relativamente bom. Quase não tinha amigos, só alguns de classe igual a minha. Mas sempre preferi os meninos do cortiço que tinha perto de casa. Por mais errado que a maioria achava que fosse, eu gostava. E mesmo se não gostasse, não iria fazer muita diferença. Por terem que trabalhar, era raro os momentos que tinha na minha infancia com eles. Com eles aprendi muitas malandragens, que os meninos de ruas eram obrigados a saber para sobreviver. E foi basicamente por isso que consegui viver entre a elite e a classe operária. Mas essa história não é sobre a minha vida passada, e sim sobre quando aquele... Seguidor de Ned Ludd apareceu. Ludd era um metido à revolucionário. Era contra toda a ideologia que cercava os operarios. Eu sei, eu também era contra mas não via necessidade de revoluções como as que ele planejava. Destruição e força, apesar de