Trab Marcio

Educação e ensino da Geografia: instrumentos de dominação e/ou de libertação
O autor do presente texto inicia-o definindo o que é cultura e o que é ideologia, este segundo em suas definições dicotômicas. Por tudo o que significa cultura, e tudo o que significa ideologia, o autor deixa claro que tanto a educação quanto o ensino possuem caráter de dominação e de libertação, ao mesmo tempo. Ele então comenta essas dimensões partindo do ensino da geografa.
A escola como instrumento de dominação já foi bastante estudado. Deve se ter claro que a escola não surgiu do nada, e que seus objetivos e intencionalidades foram pensados por e para elite, a partir do Estado burguês. Portanto, a escola é ainda instrumento de reprodução da sociedade capitalista, fazendo com que as novas gerações aprendam as regras, aos valores e aos hábitos da sociedade.
Porém a escola não é somente indispensável para a manutenção do status quo capitalista, ela também é instrumento de libertação. Ela colabora para aprimorar, desenvolver e expandir a cidadania, o raciocínio, a criatividade e o pensamento crítico de quem passa por ela, sem os quais não seria possível um plano de libertação.
A escola deve ser considerada com suas contradições. A criação da escola foi provavelmente a maior contribuição para a justiça social. A luta para a democratização da escola foi ampla e controversa, porém essa é a natureza da própria educação. O ensino é extremamente importante para o capitalismo, porém, ao mesmo tempo, é agente de mudanças sociais. Foi criada pela reprodução capitalista, é parte inerente a ela, porém é também meio de expandir os horizontes da democracia e da cidadania, de se inverter as ordens das coisas.
Não é possível estabelecer um limite entre essas dimensões do ensino. A necessidade da escolarização da mão-de-obra possibilitou essa mesma mão-de-obra de pensar livremente. E se separássemos essas dimensões, a libertadora e a dominadora? Todas as vezes em que se tentou separá-las na prática, o