TOXICOCINETICA
INTRODUÇÃO
A toxicidade exercida por um agente químico no organismo depende da dose, ou seja, quanto maior a dose administrada, maior é a toxicidade manifestada. Refinando o conceito de relação dose-resposta, considerando nesse caso não a dose administrada, mas a concentração do agente químico que alcança o órgão alvo de sua ação tóxica, esta depende de como o agente tóxico se comporta no organismo, ou seja, de como ocorrem sua absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Assim, a concentração de um agente químico no órgão onde exerce sua ação tóxica depende da quantidade do toxicante com a qual o organismo entra em contato e da velocidade em que se processam sua absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Os processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção mantem intima relação e influem, de modo importante, na toxicidade exercida por um agente químico.
Em geral, para produzirem efeitos tóxicos, os agentes químicos precisam ser absorvidos, alcançando a circulação sistêmica. As principais vias pelas quais os toxicantes penetram no organismo são o trato respiratório, trato gastrintestinal e a pele. Alcançando a corrente sangüínea, o agente tóxico está disponível para se distribuir no sítio alvo de sua ação, ou seja, no local onde produz seus efeitos tóxicos. Por exemplo, enquanto que o mercúrio e o chumbo causam danos no sistema nervoso central (SNC), rins e sistema hematopoético, o tetracloreto de carbono produz danos no fígado e o benzeno no SNC e sistema hematopoético.
Para produzir danos em um órgão, o toxicante deve atingir esse órgão. Contudo, vários fatores influem na susceptibilidade dos órgãos ao toxicante, e nem sempre o órgão onde o toxicante encontra-se em concentração mais elevada é aquele onde produz seus efeitos tóxicos. Os inseticidas organoclorados, por exemplo, atingem concentrações mais elevadas no tecido gorduroso, mas não produzem nenhum efeito tóxico nesse local. Um agente químico também