Toca pra frente

Relação de Dom José Gomes com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST

Nayara Leticia Sartori da Silva*
Indiana Barbosa**

RESUMO: Com o intuito de conhecer a formação e fortalecimento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), encontramos na pessoa de Dom José, antigo bispo da Diocese de Chapecó, uma referência para esse estudo. Mesmo vivendo em um contexto histórico de grande pressão militar, D. José Gomes, tornou-se um exemplo de coragem e determinação. De 1968, quando assumiu a diocese, à 1998, quando anunciou o novo bispo, foi sempre categórico e incansável na luta com o povo, sendo um incentivador ativo para que se organizassem segundo às suas necessidades. Em 30 anos de atuação no oeste catarinense Dom José Gomes fez muito mais do que qualquer pessoa poderia imaginar pelos movimentos sociais, dedicando grande parte de sua vida à sua escolha: os pobres.
1. Introdução

Nesse trabalho trataremos sobre a relação de Dom José Gomes, antigo Bispo de Chapecó, com os pequenos agricultores e o surgimento do movimento dos trabalhadores rurais sem terra.
No primeiro capítulo descreveremos brevemente a trajetória de vida de José Gomes, filho de agricultores, vindo de uma pequena cidade até se tornar o bispo tão amado e respeitado pelo seu povo sendo além disso, como ele mesmo se chamava, “um José qualquer” mas que com sua humildade e coragem transformou-se em exemplo para toda e qualquer pessoa que carrega em seu íntimo o espírito revolucionário.
Apresentaremos a ação pastoral de Dom José, a luz do concílio Vaticano II, contribuindo na articulação de movimentos sociais no oeste catarinense, estendendo-se para todo o Brasil, dando ênfase em sua relação com os pequenos agricultores e trabalhadores rurais sem terra, culminando na formação do MST.
2. Dom José Gomes

“ Já sei que não há residência para o Sr. Bispo. Arranjem-me um quartinho lá pela canônica da Catedral, isso bastará”1

A frase acima mostra a personalidade desse