TIPO DE SOLO PARA CONSTRU O DE CASA DE TAIPA
A importância da arquitetura construída com terra é percebida por diferentes aspectos, seja pelo ponto de vista histórico e antropológico, ou ainda, pela sua larga utilização como material básico em regiões onde há escassez de recursos naturais (RAMOS, GÁMEZ, COSSÍO, 2002, P. 7).
O emprego da terra para a construção de edificações trata-se de uma prática milenar, presente nas técnicas construtivas das mais diversas sociedades. Minke (2001, p. 13) afirma que na Turquia, na Assíria e em outros lugares do Oriente Médio foram encontradas construções com terra apiloada ou moldada, datando de entre 9000 e 5000 a.C.
Dethier (1993, p.7) afirma que, desde a antiguidade a terra foi bastante utilizada, por várias civilizações, na Mesopotâmia, Egito, também na Europa, na África, no Oriente médio, pelos romanos, muçulmanos e na China, entre outras, podendo-se afirmar que, atualmente, mais de um terço da população mundial vive em construções de terra crua. Utilizada em vários locais do mundo e sob diversas formas, a arquitetura de terra chegou ao Brasil, durante a colonização, trazida pelos primeiros colonizadores portugueses, destacando-se, como as técnicas construtivas mais utilizadas, o adobe, a taipa de pilão, taipa de mão, taipa de pau-a-pique.
De acordo com Milanez (1958), os nativos locais não usavam a terra para construir, desconhecendo tais técnicas, antes da chegada dos portugueses. Seus abrigos eram de madeira, paus roliços e vedações de palha e folhagens. Para Del Brenna (2002, p. 196), a terra adotada desde o início da colonização, em todo o território brasileiro, “permaneceu e se desenvolveu quando e onde sua utilização foi confirmada pela experiência do solo e do clima, resultando numa série de soluções de grande singeleza, funcionalidade e perfeita adaptação ao meio”. Segundo Souza (1996, p. 114), nas localidades do Brasil onde a pedra era rara e de difícil extração, prevaleceu à arquitetura e construção com terra, sob diversas formas de construção.