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ALEGORIA E
OBJETIVAÇÃO NA TESSI
TURA VERBAL
DE “VIDAS SECAS”
Reginaldo Mendes Ramos [e-mail] Deve
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se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, to r- cem o pano, molham
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no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem u- ma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente d e- pois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar.
Pois quem se mete a escrever devia faze r a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfe i- tar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer
(Graciliano Ramos)
INTRODUÇÃO
Com o advento da revolução artística, oriunda das tendências modernistas, no período de 1922 a 1930, surge no Bra sil uma liter a- tura de caráter social e de um realismo regionalista. Essa nova te n- dência eclodiu depois do famoso Congresso Regionalista de Recife, em 1926, organizado por Gilberto Freire, José Lins do Rego e José
Américo de Almeida. Como proposta básica, t inha esse congresso, organizar uma literatura comprometida com a problemática nordest i- na: as instituições arcaicas, a corrupção, o coronelismo, o latifúndio, a seca, a exploração de mão
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obra, o misticismo fanatizante e os contrastes sociais. Desde o Rom antismo o regionalismo se constituiu num dos filões temáticos mais explorados pelos escritores brasile i ros.
Os abalos sofridos pela população brasileira em torno dos a- contecimentos de 1930, a crise cafeeira, a quebra da bolsa de valores
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de New York , a Rev olução de 30, o declínio sem delongas do no r- deste condicionaram um novo estilo ficcional, evidentemente mais adulto, mais moderno, mais