THE WAY SOUTH

Análise ao filme “The Way South”, de Johan van der Keuken

Joahan van der Keuken nasceu em Amesterdão a 4 de Abril de 1938. Veio a falecer no mesmo país a 7 de Janeiro 2001. Cineasta cosmopolita, apaixonado pela miséria e pela pobreza, causada pelo sistema capitalista global, desenvolveu mais de cinquenta filmes e escreveu 9 sobre filmes e fotografia. Enquanto homem inconformado e revoltado perante as injustiças sociais, Keuken vê na sétima arte o caminho para se expressar.
O filme The Way South (1981) é um texto narrativo que aborda desigualdades sociais gritantes
(discrepância entre classes, imigração, deslocação populacional, desrespeito pelos inválidos, escassez habitacional, pobreza), que atravessam diferentes sociedades - holandesa, francesa, egípcia, parisiense, italiana e do Cairo. Keuken apresenta-se como um narrador, colocado for a da história, que tece duríssimas e objectivas críticas ao estado das nações dos entrevistados.
Somado a isto, o cineasta holandês explica também a nítida diferença entre o norte e o sul.
O espaço geopolítico define-se por ser organizado, único, com ditames centralizados no Estado, que é dotado de poder legitimado e organizado, podendo utilizar o uso da força física (Max
Weber). Portanto, qualquer Estado dispõe de um sistema de normas de conduta aplicadas pela autoridade social, a uma sociedade humana - sob a forma de sanções estabelecidas - a fim de garantir a segurança, a justiça e o bem-estar dos cidadãos. No entanto, a espaço geopolítico é marcado por assimetrias fracturantes no contexto da política internacional. Como capta o autor, tais assimetrias sociais verificam-se, com maior acuidade no Sul do que nas democracias socioliberais consolidadas, como as do norte da Europa. Ao mundo real intersubjectivo e ao poder económico (capitalismo), vivenciado no norte, contrapõe- se o sul, negligenciado, marginalizado, esquecido, com ausência total de qualidade de vida mínima e carências sociais básicas. Estes