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1. INTRODUÇÃO

A neurose obsessiva, conhecida atualmente pelo termo técnico: Transtorno Obsessivo
Compulsivo (TOC), foi descrita pela primeira vez a mais de um século atrás e é considerada, dentre as diversas e mais complexas manifestações neuróticas, como a mais interessante e rica em conteúdos simbólicos.
Já o Transtorno Obsessivo Compulsivo, assim definido em manuais classificatórios de doenças, trata-se de um quadro psiquiátrico, cujas principais características são os sintomas que dão nome ao transtorno.
No entanto, o enfoque psiquiátrico moderno diverge da abordagem psicanalítica, no que refere tanto à etiologia quanto ao tratamento de tal condição.
Para a psiquiatria, de acordo com o Manual de Estatística e Diagnóstico da Associação
Médica Americana (DSM-IV), as características essenciais do Transtorno Obsessivo-

Compulsivo são obsessões ou compulsões recorrentes, suficientemente severas para consumirem tempo (consomem mais de uma hora por dia) ou causar sofrimento acentuado e prejuízo significativo.
As obsessões são definidas como idéias, pensamentos, impulsos ou imagens persistentes, que são vivenciados como intrusivos e inadequados e causam acentuada ansiedade ou sofrimento. Já as compulsões são comportamentos repetitivos (por ex., lavar as mãos, ordenar, verificar) ou atos mentais (por ex., orar, contar, repetir palavras em silêncio) cujo objetivo é prevenir ou reduzir a ansiedade ou sofrimento, ao invés de oferecer prazer ou gratificação. Na maioria dos casos, a pessoa sente-se compelida a executar a compulsão para reduzir o sofrimento que acompanha uma obsessão ou para evitar algum evento ou situação temidos. Os psiquiatras defendem que a nosografia oferecida pelos manuais médicos de estatística e diagnóstico, não classificam as pessoas, mas os transtornos que elas apresentam.
Defendem ainda que, tal nosografia permite o estabelecimento de uma linguagem universal em torno dos transtornos, que facilita a comunicação entre os profissionais e os

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