Textos sobre Hume

7255 palavras 30 páginas
TEXTOS SOBRE DAVID HUME
1
Hume e a ideia de causa
«Vejamos como usamos a ideia de causa no quotidiano. Sente uma chama a tocar a sua pele e experimenta uma sensação dolorosa. Conclui naturalmente que a chama causou a dor. Esta é uma lição que qualquer criança aprende bem cedo. Mas, segundo Hume, não tivemos experiência de mais nada a não ser de duas impressões: ver uma chama e sentir dor. Onde está então a impressão de causalidade? Será que a temos realmente?
Segundo Hume aquilo de que tivemos experiência foi de três factos:
1. Uma relação de contiguidade. A causa deve contatar de alguma forma com o efeito. No nosso exemplo, a chama tocou no dedo e de seguida sentimos dor. Se alguém acender um fósforo a cem metros de si e sentisse dor no seu dedo, não lhe passaria pela cabeça dizer que a chama do fósforo a causou. Se dois factos acontecem muito distantes um do outro, só assumimos que há uma relação causal entre eles se houver uma série de conexões a liga-los.
2. Uma relação de prioridade. O seu dedo doeu imediatamente depois de a chama o tocar. Se os dois acontecimentos estivessem separados por vários minutos ou se o seu dedo começasse a doer antes de se acender o fósforo não lhe ocorreria dizer que haveria uma relação de causa e efeito entre eles.
3. Uma conjunção constante. A contiguidade e a prioridade temporal não são suficientes para caraterizar a ideia de causalidade. Se coçar a cabeça e rebentar uma tremenda trovoada não vai pensar que os dois acontecimentos estão relacionados. Na verdade, já assistiu a trovoadas sem antes ter coçado a cabeça e sabe que coçar a cabeça não provoca trovoadas. A justaposição dos dois acontecimentos seria por si considerada uma mera coincidência se pensasse em os relacionar. Já o mesmo não acontece entre acender um fósforo e fazer com que a sua chama toque na nossa pele. O lume causa dor. Os dois factos acontecem constantemente juntos. A dor sucede constantemente ao contacto do dedo com a chama do fósforo.
4. A ideia de

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