Texto sobre o vídeo o drama burguês - marilena chauí e guerd bornheim

Vídeo: O Drama Burguês.
Marilena Chauí e Guerd Bornheim

A construção da ideia entre a liberdade e o campo da política, é complexa. Envolve não apenas esses fatores, como toda uma construção de pensamentos e ideais, como o surgimento da esfera pública e sua nova relação com a esfera privada, os ideais de liberdade, de república, a democracia e o surgimento e desenvolvimento da classe burguesa. Portanto, é preciso compreender esses aspectos, na elaboração de uma visão mais clara entre esses elementos.
A construção da ideia de poder e esfera pública remontam do tempo dos antigos impérios, entre gregos e romanos. A rica cultura grega, reconhecidamente o berço do pensamento filosófico e da democracia, também foi responsável pela criação do que se chama hoje de esfera pública.
A sociedade grega criou sua própria concepção de política (não que a política não existisse antes em outros impérios). Nos antigos impérios, o poder ainda era identificado com o governante. Em outras palavras, isso queria dizer que o governante se tornava a encarnação do poder, sendo responsável por todas as determinações – sua vontade era a lei.
Os gregos e romanos, transformam essa realidade, na invenção da política. Ao criar um espaço em que o poder existe através das leis, que independem apenas da vontade do governante e que as leis passam a exprimir uma vontade coletiva, onde todos podem opinar através das assembléias, discussões e do voto. E é a partir deste ponto, em que o poder se submete a um conjunto de instituições, que surge a esfera pública – caracterizada pela autoridade coletiva.
Logo, surge a distinção entre a esfera pública e a esfera privada. A autoridade da esfera privada vai receber o nome de despótica (que vem do grego despotes – chefe de família que possui o controle absoluto de vida e morte sob os membros da família). Para os gregos, a concepção de política afirma que para ela existir não pode haver despotismo.
O poder cristão encontra-se impossibilitado, então de