Texto explicativo-analítico da crônica escrita por nelson rodrigues: a vaca premiada.

RODRIGUES, Nelson. “A vaca premiada” in: A cabra vadia. São Paulo: Cia das Letras, 1995. pp. 20-23.

A crônica “A vaca premiada” escrita por Nelson Rodrigues, em 1968, gira em torno do fato de o brasileiro gostar de ser premiado, de ser reconhecido. Assim, para iniciar a ideia, Nelson pega exemplos estrangeiros, tais como o inglẽs e o francẽs, os quais reagem de maneira indiferente diante de uma premiação, pois não fazem nem mesmo questão de ir ao palco recebê-lo. Já o brasileiro, é capaz de ir a nado apanhar o prêmio. Nelson, ainda, utiliza da imagem da vaca em um leilão, que se sente eufórica e grata diante de um prêmio, que de tamanho contentamento, chega a babar de emoção, assim é o brasileiro que atua de forma circense diante de um prêmio. O autor sugere em sua construção da imagem do brasileiro, que herdamos das gerações anteriores certas formas cruciais de agir e reagir. O brasileiro não se reconhece, a sua imagem é ofuscada por pensamentos de submissão e baixa auto estima, que não o permitem ver sua verdadeira personalidade, necessitando de máscaras, para agradar a “gregos e troianos”. Ainda nesta lógica, Nelson diz que necessitamos de excessiva cordialidade, de um aceno de mão aqui, de uma tapinha nas costas ali, para que sua imagem se engrandeça. A hierarquia é muito bem olhada, pois melhor será se o reconhecimento vier de alguém famoso, rico ou de imagem influente, famosa. A construção da ideia do texto é muito dialogante com o leitor. Nelson utiliza de certos elementos da linguagem para que as suas opiniões, sentimentos em relação ao jeito brasileiro de ser, fiquem bastante explícitas. Para isso, o autor usa uma linguagem coloquial para se aproximar do leitor, incluindo-o por meio da primeira pessoa do plural: nós. Utilizando da comparação, ele distingue o brasileiro e o coloca em sua posição, e por meio da catacrese ele se amplia, enfatiza e explica melhor o ponto em que ele quer chegar: o brasileiro é interesseiro. Confundimos o público com o