TERAPIA DE GRUPO - UMA ALTERNATIVA DE ATENDIMENTO PARA GAGUEIRA
Jaqueline Oliani Ijuim
“Se você nunca foi gago não pode ter a mais remota idéia do misterioso poder de desaprovação da sociedade para com isso a que chamam de gagueira.
É talvez uma das influências sociais mais desmoralizantes, perplexificantes e aterradoras de nossa cultura.”
Wendell Johnson, 1946, p.458 in Rodrigues C.
DESORDENS DA FLUÊNCIA
Ter fluência, é manter o fluxo normal da fala, é manter uma seqüência, uma velocidade, um ritmo e uma duração considerada normal. Quando percebemos na fala do indivíduo alguma alteração, dizemos que ele tem uma desordem da fluência, entre elas a GAGUEIRA. E o que é gagueira? Como tratar a gagueira? Quando falamos de gagueira, é difícil chegar-se a um consenso, desde sua conceituação até sua etiologia. Já dizia Van Riper que quem mais sabe da gagueira é o próprio gago, pois para ele, gagueira é o que ele sente ao falar, que se traduz em repetições, prolongamentos, bloqueios. Para Rodrigues C. (2001:117) “gago é uma pessoa com determinadas características biológicas que se evidenciam numa forma particular de expressão verbal e que seu meio social condiciona e incrementa por intermédio das avaliações negativas que dele fazem, tanto da parte do interlocutor como do próprio falante.” E continua ...”é uma pessoa que sofre porque sente que, por sua forma de falar, é rejeitado pelos demais.” Esta rejeição, medo de falar é muito observado quando realizamos a anamnese de um paciente com queixa de gagueira. Ele tem, ele quer falar, mas vem o medo da rejeição, e com isso, cria meios para ocultar sua dificuldade, que seriam os movimentos corporais associados, que muitas vezes ele não crê que é a gagueira, mas sim um meio de conseguir falar. O medo, a rejeição, os movimentos corporais associados temos que trabalhar em terapia. Qual a melhor terapia? Também não existe consenso. Existem vários estudos que discutem o quê e como