tempos modernos
FONTE: DIÁRIO DO GRANDE ABC – SEGUNDA-FEIRA, 2 DE MARÇO DE 2009, setecidades 4. (POR: FÁBIO CÉSAR DOS SANTOS)
Modos atuais de vida e trabalho fazem com que o corpo seja afetado de forma negativa
Tempos Modernos (1936), de Charles Chaplin, é um daqueles filmes que não devemos deixar de ver ao menos uma vez em nossas vidas. Ele é o retraio da sociedade capitalista que teve inicio no século 18, logo depois de a Revolução Industrial ter se instalado na Inglaterra.
A louca corrida das empresas por resultados e pelo lucro é ironicamente criticada por esse grande gênio. O personagem central trabalha de forma ininterrupta diante de uma esteira até tornar-se parte integrante dessa máquina. Ao encerrar seu turno, simplesmente não consegue desligar sua mente desses movimentos repetitivos. Com o advento da era industrial, teve início o processo de fabricação de produtos em massa, e a crescente especialização dos operários no sentido de melhorar a qualidade, aumentar a produção e também reduzir custos.
Já em 1936, com o filme Tempos Modernos, Charles Chaplin alertava sobre a “mecanização” dos trabalhadores
Essa especialização levou os trabalhadores a executarem funções específicas nas empresas, com a realização de movimentos repetitivos associados a esforço excessivo, levando muitos trabalhadores a sentir dores.
Em 1888 (acreditem vocês), o neurologista inglês William Gowers relatou casos de trabalhadores com sintomas de ansiedade, de insatisfação com o trabalho ou do peso de responsa-bilidades. Desde então, diversos países in dustrializados têm passado por epidemias de diagnósticos envolvendo tais distúrbios.
As LER (Lesões por Esforço Repetitivo) ou Dort (Distúrbios osteo-musculares relacionados ao Trabalho) tornaram-se uma epidemia nas