Tempo e História

Parte do livro “O Tempo e a História”, que reúne textos sobre diferentes aspectos da obra de Fernand Braudel (1902 – 1985), atualmente conhecido como um dos maiores historiadores do século XX, esse texto, de autoria de Immanuel Wallerstein busca analisar o impacto do conceito de “longa duração” na perspectiva da observação de acontecimentos históricos para Braudel e sua comparação com a aplicação de um conceito semelhante, porém no âmbito da física, o de “flecha do tempo”, aplicado pelo físico Ilya Prigogine. No princípio de seu texto, Wallerstein marca sua crítica à divisão curricular das ciências em matérias distintas nas universidades, a partir do séc. XVIII, quando antes a ciência (como a Filosofia) era conhecida como único meio legítimo de se alcançar a verdade, porém, com a chegada da ciência newtoniana no mesmo século a filosofia passa a ser deixada de lado, em prol das premissas canônicas da mecânica newtoniana aonde os sistemas são lineares, determinados e tendem a retornar ao equilíbrio, a ciência de um saber universal em que o tempo não exerce nenhum efeito permanente. Porém, Immanuel nos leva em uma viagem pela história dos debates epistemológicos dos séc. XIX e XX para exaltar a importância do tempo e a duração nas perspectivas tanto sociais como históricas ou físicas. Os debates realizados ao longo do séc. XIX sobre a aproximação das ciências sociais das letras ou das ciências naturais tomam forma no texto, dando continuidade aos argumentos de Wallerstein, aonde alguns teóricos acreditavam que as ciências sociais seriam monotéticas, ou seja, buscavam as leis universais, por isso não se diferenciavam, no método dos estudos físicos, e por tanto, para ambos o tempo não apresentaria grande pertinência na formação de suas teorias. Por outro lado, os historiadores idiográficos não viam repetições nas ações sociais os indivíduos, sendo as generalizações impraticáveis através do estudo ao longo do tempo e do espaço. Mas estes historiadores não