São paulo

"São Paulo" (Publifolha, 2009, 84 páginas), da urbanista Raquel Rolnik, traz um histórico da urbanização da cidade de São Paulo, desde seu surgimento como vila até os dias atuais. O livro conta de forma crítica de que forma a cidade foi dividida no começo, separando os ricos no centro dos pobres na periferia, e como isso veio a afetar a tipologia e a qualidade dos bairros hoje. O texto também fala sobre a influência de grandes empresas e políticos sobre o mercado imobiliário, e como o transporte público e as vias (ruas e avenidas) afetaram a consolidação de bairros. A autora também conta como e porque o centro econômico da cidade se deslocou do centro histórico para a Avenida Paulista e seus arredores, levando a maioria das empresas que tinham sede ali e grande parte da população, principalmente da elite, a evadir para esse novo centro, levando a posterior deterioração do centro antigo. Depois, a autora entra na questão legislativa da urbanização, com a criação do Plano Diretor de Diretrizes Integradas e do Plano Metropolitano de Desenvolvimento Integrado, ambos muito teóricos e pouco práticos. Entrando no 4º capítulo, “São Paulo Hoje: Megacidade Global?”, Raquel aborda os problemas que surgiram nos anos 90 na capital paulista, tais como: desemprego, violência e engarrafamentos. Chegando ao último capítulo do livro, a autora fala sobre o dia-a-dia dos paulistanos, no ano de 2001, de forma inusitada, usando uma espécie de crônica. E faz uma análise sobre São Paulo, com seus vários “apelidos” e como a megacidade mundial que é com todas suas ambiguidades e paradoxos.
Como é mostrada nesse claro e intenso livro, a história da cidade de São Paulo é marcada por decisões de políticas urbanas (opções e modelos), tomadas em momentos importantes, contando com maior ou menor participação de seus moradores. Para Raquel Rolnik, não há um problema na cidade que não esteja associado ao modo como ela é governada.
O futuro de São Paulo permanece incerto, mas o destino da