São Bernardo

Resumo da Obra “São Bernardo” de Graciliano Ramos e notas sobre sua narração
A narrativa se inicia em primeira pessoa, sendo narrada pelo seu protagonista, Paulo Honório. Logo de princípio, Paulo relembra o fato que a idealização desse livro foi concebida por ele na base da divisão de trabalho entre seus amigos: “Padre Silveira ficaria com a parte moral e as citações latinas, João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; prometi ao Arquimedes a composição tipográfica; para a composição literária, convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro.”, porém suas diferenças devido ao convívio e atitudes errôneas ao passar dos anos frustram tal expectativa, com somente Gondim aceitando trabalhar a seu lado. Várias vezes o narrador cita sua ignorância perante vocabulário, leitura e escrita, tendo sido um homem do campo de hábitos rudimentares, reconhece sua própria ignorância, mesmo assim entra em conflito também com Gondim, por julgar as palavras um vocabulário maçante, fora da realidade que deseja transmitir ao leitor na narrativa. Partindo dessa desavença, Paulo, um sujeito sem muitas delongas, decide por si só compilar sua obra, indo adiante com a seguinte auto apresentação: “Declaro que me chamo Paulo Honório, peso oitenta e nove quilos e completei cinquenta anos pelo São Pedro. A idade, o peso, as sobrancelhas cerradas e grisalhas, este rosto vermelho e cabeludo têm-me rendido muita consideração.” Assim, o narrador e protagonista segue relembrando sua difícil infância e mocidade, sem nem ao menos ter certeza de sua data de nascimento, tendo em mãos como documento apenas um certificado de batizado, onde se apresentam somente quem são seus padrinhos e ele mesmo estipula qual seria seu aniversário. Sua lembrança mais firme é de uma senhora negra e idosa a qual ele ajudava a vender doces e um homem cego de quem foi guia. Depois já em mocidade, fica recluso por esfaquear por ciúme de uma moça chamada Germana que se torna