SWobre aquil

5835 palavras 24 páginas
O trabalho recupera alguns marcos teóricos relativos à discussão sobre o consumo nas ciências sociais e toma o culto ao corpo como uma das dimensões dos estilos de vida, construídos através do consumo, nas sociedades contemporâneas. Neste sentido, busca-se compreender os cuidados com a forma, volume e apresentação dos corpos como estratégia de distinção social e (re)defínição de identidade no empório de estilos colocado aos indivíduos no interior da complexidade que marca o mundo contemporâneo. Também é analisado o papel da mídia neste processo, através da discussão de três revistas de grande circulação voltadas ao tema.

Culto ao corpo é aqui definido como um conjunto de práticas e cuidados - quase rituais - despendidos ao corpo, que têm como preocupação principal a maior aproximação possível de um padrão de beleza estabelecido socialmente, que coloca apele clara, os cabelos lisos, as formas retilíneas e a magreza como ideais de corpo belo, não se resumindo, portanto, à prática de atividade física, mas envolvendo consumo de cosméticos, alimentos da linha diet, acessórios e outros. É consensual, dentre os autores que discutem as sociedades contemporâneas, a idéia de que a esfera do consumo vem, cada vez mais, se sobrepondo à esfera da produção, ou seja, para entendermos melhor o mundo que nos cerca, temos que lançar o olhar para a forma como as mercadorias são consumidas e os sentidos são conferidos à vida, via consumo, uma vez que a sociedade, que antes girava em torno da esfera da produção, passa agora a produzir-se na esfera do consumo. Como aponta Featherstone:

"Usar a expressão cultura de consumo significa enfatizar que o mundo das mercadorias e seus princípios de estruturação são centrais para a compreensão da sociedade contemporânea. Isso envolve um foco duplo: em primeiro lugar, na dimensão cultural da economia, a simbolização e o uso de bens materiais como 'comunicadores', não apenas como utilidades; em segundo lugar, na economia dos bens culturais,

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