surgimento do puritanismo

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O puritanismo surgiu como uma consequência da implantação do protestantismo em Inglaterra, após a rutura com a Igreja Católica causada pelo divórcio de Henrique VIII com Catarina de Aragão, em 1532. O protestantismo foi-se enraizando nos reinados de Eduardo VI e de Isabel I, com o interregno católico de Maria Tudor (cuja perseguição aos protestantes lhe valeu a alcunha de "Bloody Mary"). No entanto, esta doutrina estava estritamente ligada aos estamentos de governação mais elevados, como o soberano reinante, o que não conferia a necessária solidez e rigor religioso queridos pelos praticantes no seio da Igreja Anglicana. Assim, procurou-se uma sistematização doutrinal e de práticas litúrgicas que rompessem definitivamente com o catolicismo, pois havia ainda bastantes usos em comum no século XVI. Surgiu então o denominado puritanismo, que preconizava, na senda de Calvino, uma regência absoluta de Deus sobre tudo o que diz respeito aos homens, e que era sobretudo a intervenção da graça divina sobre cada indivíduo - puritano - que o podia salvar e conduzir pelo caminho da humildade (predestinação). Além do mais, a designação de "puritanismo" originou-se na convicção que lhes foi própria de que as Igrejas existentes tinham perdido a sua autenticidade e pureza originais com o passar dos tempos, o contacto com o paganismo e a intervenção dos papas e dos reis. Pela mesma razão, condenavam a pompa excessiva das vestes litúrgicas e da ornamentação das igrejas com imagens, peças em metais preciosos e pedrarias e têxteis. A resistência que encontraram em Inglaterra durante o reinado de Carlos I adveio sobretudo porque além do âmbito religioso os puritanos pretendiam igualmente reformar todos os setores da vida quotidiana dos homens, o que interferia drasticamente com a economia e a política. Manifestaram-se depois, no final do século, duas vertentes desta doutrina, sendo elas a congregacionista, que procurava implantar núcleos locais independentes, e a presbiteriana, que, pelo

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