Superior Incompleto
A deficiência (ou inexistência) do transporte escolar é comum à cidade e ao campo. Mas, no campo, as distâncias são, por vezes, bem maiores.
Segundo Saviani (1994, p. 152), quando discute a educação como direito e o trabalho como princípio educativo, nos demonstra que a cidade é tida como referência ao progresso e ao desenvolvimento, enquanto o campo é visto como “[...] atrasado, rústico, ou pouco desenvolvido”. Essa diferenciação entre a realidade urbana e do campo na educação brasileira é reforçada por uma construção social simbólica que supervaloriza as cidades e deprecia o campo.
I - Os discursos historicamente construídos e consolidados são extremamente contraditórios, pois apresentam uma tendência em considerar a população pobre do campo como atrasada e distante do "famoso" projeto de modernização da sociedade brasileira, mas continuam a negar a esse sujeito as condições de superação ao vir para as cidades.
II - Sob o discurso da integração, diferenças educacionais vêm historicamente se consolidando não só no campo, mas também na periferia das grandes cidades, visto que o direito à educação tem-se restringido muito mais ao que chamamos de acesso, possível de se mensurar por meio do crescente aumento de matrículas no Ensino Fundamental em todo o país, do que o próprio direito à aprendizagem que estaria, em princípio, atrelado não só às matrículas, mas à progressão e à permanência na escola.
III - a separação entre a cidade e o campo está arraigada não só na configuração geográfica e político-econômica brasileira, mas também no modo como as relações sociais se estabeleceram historicamente entre os que detêm o poder sobre a terra e os