Sons vocais elementares e Fonemas

SONS VOCAIS ELEMENTARES e fonemas
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A divisão mínima na segunda articulação da língua é a dos sons vocais elementares, que podem ser vogais ou consoantes. A divisão resulta de um processo psíquico da parte de quem fala e quem ouve. Na realidade física a emissão vocal é um contínuo, como assinalam quer os aparelhos acústicos, quer os aparelhos de registro articulatório. Já se trata de uma primeira abstração intuitiva do espírito humano em face da realidade física.
Criou-se, ao lado do som vocal elementar, o conceito de fonema. Esse conceito parte do princípio que no som vocal elementar o que realmente interessa na comunicação é um pequeno número de propriedades articulatórias e acústicas, ou traços e não todo o conjunto da emissão fônica. Esses traços, ou distintivos, servem para distinguir numa língua dada uns sons vocais elementares dos outros. Com isso, cada fonema, ou seja, cada conjunto de certos traços distintivos, opõem entre si as formas da língua, que o possuem, em face de outras formas, que não o possuem, ou possuem em seu lugar outro fonema; por exemplo, em português: ala, vala, vela, vê-la, vila, cala, sala, vale, varra, vara, valha.
Os linguistas Jakobson e Bloomfield assemelham suas definições de fonema como: “as propriedades fônicas concorrentes (simultâneas para o ouvido humano) que se usam numa dada língua para distinguir vocábulos de significação diferente”.
É claro que o fonema é um conceito da língua oral e não se confunde com a letra, na língua escrita. Nesta, o mesmo fonema pode ser representado com letra diferente, como em aço e asso, chá e xá (o rei da Pérsia), o sufixo -esa (de portuguesa, por exemplo) e -eza (por exemplo da tristeza) e assim por diante. Se, como acontece nesses casos, a letra diferente serve para distinguir na escrita certos homônimos da língua, ela constitui aí um grafema.
De qualquer maneira, costuma-se distinguir da letra o fonema, pondo este entre barras na transcrição dita “fonêmica”. Assim, em português /s/