sociololia

7911 palavras 32 páginas
A literatura infantil no Brasil: origem, tendências e ensino
Lia Cupertino Duarte Albino
Introdução
Que tipos de textos são classificados como pertencentes à literatura infantil? Por que essa designação? Qual sua origem? O que caracterizou o gênero ao longo de sua evolução? Qual o estado atual da questão? São esses alguns dos questionamentos a que esse texto se propõe.
Adotando uma visão diacrônica perpassada por alguns cortes sincrônicos inevitáveis, nosso percurso se inicia na Europa do século XVIII com o fim da concepção medieval de organização da sociedade, momento em que a leitura destinada às crianças restringia-se aos clássicos épicos, e chega, no século XXI, ao Brasil, país marcado pela crescente crise de leitura.
Mesclando revisão histórica e algumas reflexões teóricas, tangenciamos conceitos inerentes a qualquer discussão a cerca da produção literária para a infância: autonomia estética, instrumentalidade, utilitarismo, cultura de massa e metodização do ensino da literatura.
Em virtude do recorte estabelecido no corpus estudado, nossa abordagem se esquivará do enfoque a questões referentes à distinção entre literatura infantil e infanto-juvenil, a relação entre essa produção e a literatura adulta e a análise sistemática de obras de autores específicos. Antes, tomando por base uma revisão da bibliografia selecionada, mais do que apresentar soluções, propomonos a compartilhar dúvidas.
1. A origem da Literatura Infantil na Europa
Tendo surgido como reflexo de algumas transformações sociais, a literatura infantil, desde sua origem, instiga uma reflexão que procura definir seu estatuto no

contexto das artes em geral. Tal preocupação deve-se à especificidade do gênero que, destoando de outras formas de manifestação artística, já nasce com uma destinação precisa, definida pelo adjetivo que o caracteriza. Nesse sentido, observamos travar-se em seu cerne uma luta entre o conceito de literatura enquanto construção lingüística que se

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