Sociedade

1147 palavras 5 páginas
Maria Esperança se dirigiu até a frente de seu pequeno comércio para observar o vai-e-vem das pessoas. Sua afilhada, Joaquina, acelerou os passos e chegou à porta do comércio junto com ela e a abraçou, levantou a sua cabeça para olhar nos olhos de Maria, que retribui o gesto de carinho e começou a acariciar os cabelos da menina. Esperança não pôde deixar de reparar no contraste entre a pele negra e os olhos cor de mel da menina. Ela não tinha filhos e considerava aquela linda menina negra como sua própria filha. Era perto do meio-dia de um domingo, as ruas do Alto da Cruz, freguesia de Antonio Dias, Vila Rica, estavam cheias. Boa parte dos passantes tinham assistido à missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos homens pretos, que havia acabado a poucos minutos. A Igreja estava localizada em um dos lugares mais altos da Vila e era um orgulho da comunidade negra devido a sua imponência sobre a cidade. A grande maioria das pessoas que circulavam pelas ruas eram negros. Por isso, Maria Esperança se sentia tão bem naquele pedaço da Vila. Eram carregadores que transportavam mercadorias por todos os lados da Vila. Lavadeiras que se dirigiam ao chafariz público. Alguns artesãos que circulavam com suas ferramentas em direção às obras em que trabalhavam. Pelas cicatrizes nos rostos, os cortes de cabelo ou as vestimentas Maria Esperança conseguia distinguir a origem de muitos dos passantes.

Melhorar essa passagem ... falar de etnias da região ... pequena África

Viu, por exemplo, passar perto de sua calçada um negro alto, com cicatrizes que indicavam que ele vinha da região do Congo. Outro fato chamou a atenção de Esperança, a profusão de sons em diversas línguas. Naquelas ruas, o português, sem dúvida alguma, não era a língua mais falada. Outras dezenas de línguas africanas eram ouvidas naquele pequeno território negro. De repente, os ouvidos de Esperança entenderam algumas palavras ditas por uma negra que subia a rua para um escravo de sua mesma

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